segunda-feira, 2 de junho de 2008

A ciência dos nomes (não confundir com os nomes das ciências).


O que define a escolha do nome de uma pessoa? Quais os processos a serem adotados para nomear uma criaturinha que sequer veio ao mundo, que sequer conhecemos a face (até porque são todos, ao nascer, extremamente semelhantes)?

O mais usual é adotar nomes comuns. Lucas, Gabriel, Cauã – ou Kauã, Cauan e Kauan -, Renato, acredito serem os da vez. Pois, digo-lhes que eu escolheria outros. Gosto de nomes tidos como “nomes de velho”; tal qual o meu. Talvez até por isso mesmo, por ter um nome dessa qualidade – qualidade aqui no sentido de tipo, classe -, eu aprecie os seus semelhantes. Gosto muito, por exemplo, de Heródoto. Se eu tivesse um filho, certamente iria sugerir à minha companheira esse. Se ela o aceitaria eu não sei, seria uma questão de convencê-la de que o nome é bom, merece respeito. Ao conversarmos sobre esse assunto, um amigo disse que o nome é demasiado pesado para um bebê. Discordo, e mesmo que o fosse, ele passará muito mais tempo de sua vida como um adulto do que como um bebê, por isso, a escolha do nome é prenhe de plausibilidade.

Com relação a nome de mulher, eu devo confessar a minha admiração ao bom e velho “Maria”. O nome passa uma certa seriedade, segurança, não sei ao certo. Vão me dizer que é muito comum, porém eu refuto tal afirmação: conheço poucas Marias e muitas Vanessas, Priscilas. Antes de prosseguir – no que culminará no fim desse pequeno escrito -, devo dizer que não desgosto desses nomes. Ao contrário, são belíssimos, e até por isso assíduos na escolha de muitos. Porém, na minha ânsia de originalidade eu escolheria outros. Mas também não por dó e solidariedade aos outros pouco escolhidos, nem um trabalho voluntário a fim de ajudar na manutenção de nomes em extinção, como o já mencionado acima Heródoto.

Uma prática que se tornou comum, principalmente lá pelas bandas do interior do nordeste – mas não somente – foi a junção de nomes, a invenção desses. Pegam partes do nome da mãe, juntam com o do pai e sai daí um terceiro. Do ponto visto romântico é lindo e razoável: nada mais justo do que do fruto físico daquelas duas pessoas, haver também a junção do social (nome). Porém, nem sempre dava muito certo. Os nomes quase sempre soavam um tanto estranho.

Um outro meio – êta povo criativo esse brasileiro -, é a importação de nomes de fora. Mas essa prática, por vezes consiste no nome artístico inteiro da pessoa. Sim, pois na sua esmagadora maioria, esses nomes advêm de pessoas ilustres. Não basta se chamar Michael, tem que ser Michael Jackson. Só não entendo porque ninguém deu ao seu filho o nome de Jean-Paul Belmondo ou Johann Wolfgang Von Goethe. Ao menos eu nunca vi. Já viram?

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