domingo, 8 de junho de 2008

Holmes e Churchill em pesquisa no Reino Unido.


Pesquisa recente no Reino Unido indicou que grande parte da população acredita que o detetive Sherlock Holmes existiu de fato, enquanto que o ex-primeiro ministro Winston Churchill foi um mero personagem de ficção. O resultado referente ao personagem de Arthur Conan Doyle não é novidade; há tempos pessoas admiradas com as façanhas do detetive mandam cartas elogiosas e ofertas de trabalho para o endereço do detetive a 221-B Baker Street. As cartas são enviadas ao filho de Conan Doyle – ou eram, pois não sei se o mesmo ainda está vivo.

Esse fato não é de se estranhar. Basta atentarmo ao nosso produto cultural de maior exportação: as telenovelas. Houve casos e mais casos de pessoas que se depararam com o (a) intérprete de vilões dessas atrações e os trataram como se os atores fossem os próprios personagens. Questionam o porquê de suas atitudes para com o mocinho (a), por que não fica com a (o) fulaninha (o) que gosta dele (a) de verdade, por que não regenera.

O outro fato também não é tanto de se estranhar. Caso se pergunte hoje em dia sobre determinadas figuras políticas do passado aqui no Brasil, muitos desconhecerão. Não digo que todos têm a obrigação de saber de tudo em seus mínimos detalhes sobre política – até porque para isso teríamos todos que ser cientistas políticos -, não é isso. Mas me refiro a total falta de conhecimento sobre determinados assuntos capitais à nação. Desconhecem a existência de muitas figuras relevantes em nossa história, e isso independe de classe social; não vá pensar que o “engomadinho” da esquina sabe tudo sobre tudo que não é bem assim, como não pensemos também que aquele cara de jeans, camiseta e tênis é um completo alienado.

O que achei interessante nessa pesquisa é apenas o fato de que ela corrobora o que disse na última linha do parágrafo anterior. Pessoas podem ter a ilusão de que por se tratar de um país de primeiro mundo esse tipo de mácula cultural inexiste, são todos conhecedores de sua história, todos muito bem informados. Não quero denegrir a imagem dos ingleses, de modo algum, quero apenas lembrar que essas questões independem de classe social, país ou coisa que o valha. Essas pessoas alienadas existem em qualquer nação do mundo. Tampouco quero ofender aqueles que desconhecem a história, certamente existem razões para que isso seja dessa forma, razões que não interessam a mim ou a qualquer outro.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A ciência dos nomes (não confundir com os nomes das ciências).


O que define a escolha do nome de uma pessoa? Quais os processos a serem adotados para nomear uma criaturinha que sequer veio ao mundo, que sequer conhecemos a face (até porque são todos, ao nascer, extremamente semelhantes)?

O mais usual é adotar nomes comuns. Lucas, Gabriel, Cauã – ou Kauã, Cauan e Kauan -, Renato, acredito serem os da vez. Pois, digo-lhes que eu escolheria outros. Gosto de nomes tidos como “nomes de velho”; tal qual o meu. Talvez até por isso mesmo, por ter um nome dessa qualidade – qualidade aqui no sentido de tipo, classe -, eu aprecie os seus semelhantes. Gosto muito, por exemplo, de Heródoto. Se eu tivesse um filho, certamente iria sugerir à minha companheira esse. Se ela o aceitaria eu não sei, seria uma questão de convencê-la de que o nome é bom, merece respeito. Ao conversarmos sobre esse assunto, um amigo disse que o nome é demasiado pesado para um bebê. Discordo, e mesmo que o fosse, ele passará muito mais tempo de sua vida como um adulto do que como um bebê, por isso, a escolha do nome é prenhe de plausibilidade.

Com relação a nome de mulher, eu devo confessar a minha admiração ao bom e velho “Maria”. O nome passa uma certa seriedade, segurança, não sei ao certo. Vão me dizer que é muito comum, porém eu refuto tal afirmação: conheço poucas Marias e muitas Vanessas, Priscilas. Antes de prosseguir – no que culminará no fim desse pequeno escrito -, devo dizer que não desgosto desses nomes. Ao contrário, são belíssimos, e até por isso assíduos na escolha de muitos. Porém, na minha ânsia de originalidade eu escolheria outros. Mas também não por dó e solidariedade aos outros pouco escolhidos, nem um trabalho voluntário a fim de ajudar na manutenção de nomes em extinção, como o já mencionado acima Heródoto.

Uma prática que se tornou comum, principalmente lá pelas bandas do interior do nordeste – mas não somente – foi a junção de nomes, a invenção desses. Pegam partes do nome da mãe, juntam com o do pai e sai daí um terceiro. Do ponto visto romântico é lindo e razoável: nada mais justo do que do fruto físico daquelas duas pessoas, haver também a junção do social (nome). Porém, nem sempre dava muito certo. Os nomes quase sempre soavam um tanto estranho.

Um outro meio – êta povo criativo esse brasileiro -, é a importação de nomes de fora. Mas essa prática, por vezes consiste no nome artístico inteiro da pessoa. Sim, pois na sua esmagadora maioria, esses nomes advêm de pessoas ilustres. Não basta se chamar Michael, tem que ser Michael Jackson. Só não entendo porque ninguém deu ao seu filho o nome de Jean-Paul Belmondo ou Johann Wolfgang Von Goethe. Ao menos eu nunca vi. Já viram?