terça-feira, 31 de março de 2009

O sintoma das comparações


É inerente ao ser humano as comparações, assim como as competições. A diferença é que a primeira envolve o outro e a segunda a nós mesmos, ainda que estejamos apenas em segundo plano, como é o caso do torcedor.

Mesmo que não seja possível uma comparação, digamos, justa entre certos assuntos ou obras, o homem – o sapiens – não consegue resistir a tentação da cachaça esperando no copo em cima do balcão. A mais recente, ou ao menos mais difundida é associada a Watchmen: seria o filme tão bom quanto a HQ? – ou graphic novel para aqueles dependentes de termos em inglês.

Digo que a comparação é injusta porque sempre faltará elementos em adaptações literárias para o cinema; ou por falta de tempo, ou porque o dito elemento funciona em seu veículo original e não na sétima arte. Por exemplo, um aprofundamento psicológico do personagem através de diálogos internos durante páginas e páginas é caro à literatura, mas quando transposto para o cinema pode ser enfadonho se não for feito por pessoas realmente capacitadas.

As 11 artes



Certamente muitos já ouviram as pessoas se referirem ao cinema como a “sétima arte”. Mas e as outras? Qual seria a ordem?

Quem cunhou o termo – ou pelo o menos o tornou mais conhecido para o grande público – foi o crítico de cinema italiano Ricciotto Canudo, no Manifesto das Sete Artes.

Para os curiosos de plantão, segue abaixo a classificação mais comumente aceita por todos.

Primeira arte - música (som);
Segunda arte - dança/coreografia (movimento);
Terceira arte - pintura (cor);
Quarta arte - escultura (volume);
Quinta arte - teatro (representação);
Sexta arte - literatura (palavra);
Sétima arte - cinema (integra os elementos das artes anteriores somado a 11ª);
Oitava arte - fotografia (imagem);
Nona arte - arte sequencial (quadrinhos);
Décima arte – videogame;
Décima primeira arte - arte digital (integra artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e programação).

segunda-feira, 16 de março de 2009

Ambrosia

Todos os dias. Não falhava. Eu ouvia um bater na porta. Quando eu conseguia juntar forças para atender, o bater cessava e a pessoa não mais estava. Pensei ser obra dessa pivetada.

Mas o bater era diário. Diria até trabalho escravo, uma vez que não havia folga, e até onde sei, sem remuneração.

Minha ressaca concordava.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Terra a vista


“Terra a vista”, disse-me o vendedor no encalço de sua meta diária.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mocumentário


Todos, certamente, sabem o que é um documentário. Não precisa ser nenhum profundo conhecedor para saber que se trata de um filme onde os fatos são apresentados de uma forma jornalística, ou seja, sem atores, sem diálogos, sem confrontos. O trabalho é todo constituído por meio de depoimentos ou imagens de arquivo. Agora mocumentário já é um termo que se coloca um pouco mais no canto. O Word chegou inclusive a sublinhá-lo.

Mocumentário, como o próprio nome indica, é uma espécie de documentário, porém, todos os fatos são ficcionais. Ao invés de contar uma história da forma convencional, toda a trama é delineada como se fosse um documentário, e claro, como se fosse real. Só não se trata de um documentário porque há um roteiro que foi decorado previamente pelos atores.

O filme mais velho que se utiliza desse particular formato, que eu tenho conhecimento, é Zelig, de Woody Allen. O filme conta a trajetória de Leonard Zelig, conhecido como homem-camaleão. A alcunha deve-se ao fato de que o personagem assume a personalidade daqueles ao seu redor, tanto trejeitos físicos quanto psicológicos. O filme é da primeira metade da década de 80.

Um trabalho mais recente é A Morte de George W.Bush. O filme conta a história do assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos (assim todos já o consideramos). É um filme de razoável fama no meio alternativo. Talvez mesmo por resgatar o formato e por tratar de um assunto tão polêmico quanto um possível assassinato de uma pessoa tão conhecida quanto não muito querida como é o caso do personagem principal.

Esse tipo de filme instiga justamente essa curiosidade. No caso do último filme comentado, a partir do título podemos já nos perguntar como se deu esse assassinato, em que circunstâncias, por quem, onde, a reação do povo. Cabe somente ao talento do roteirista e do diretor responder essas questões de uma maneira satisfatória para que a obra tenha uma vida longa. Mas há uma dificuldade inerente ao mocumentário que deve ser ressaltada: o desenvolvimento. Quando se fala em documentário muitos já esperam uma obra lenta onde só aqueles que têm determinada intimidade com o tema abordado se interessariam. Com o mocumentário pode ocorrer o mesmo. Ainda que seja uma ficção, e que saibamos disso previamente, os roteiristas devem ter um trabalho redobrado para prender a atenção dos espectadores.

Para não ficarmos apenas com estrangeiros, citarei um nacional. Um filme de animação e recente. Estou falando de Dossiê Rê Bordosa. A famosa personagem dos quadrinhos foi “assassinada” pelo seu criador, Angeli. Como forma de entender o porquê dessa vil atitude foram feitas entrevistas com pessoas ligadas ao cartunista. Outros personagens de Angeli também aparecem dando depoimentos acerca do crime. Manchetes de jornal que trataram do caso são apresentadas. O filme, que é um curta-metragem, foi bastante bem recebido e tem sido laureado com vários prêmios pelos festivais por onde passa.

O cinema não é somente invenção, é reinvenção. Alguém já disse que todas as histórias foram contadas, e o que de fato pesa no valor artístico do seu trabalho é o como essa história é contada. Alguns se utilizam de narrativas não-lineares e outros de mocumentários.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Balouçar


Era perene a música que se ouvia ao longe. O balouçar também o era.

sábado, 25 de outubro de 2008

O uso correto do magarefe


Tentei por duas décadas. Imaginem vocês. Duas décadas. Passado esse período não consegui mais. Ou era ele ou eu. Chamei, chamei um magarefe amigo meu.